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Indústria Automotiva

Alexandre Baldy e a estratégia da BYD para liderar a mobilidade elétrica no Brasil

Com fábrica em Camaçari, investimentos recordes e foco em sustentabilidade, executivo conduz a reindustrialização verde do setor.

12 de dezembro de 2025 por Revista LIDE

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Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD no Brasil. (Foto: Divulgação)

O setor automotivo brasileiro vive um momento de inflexão. Impulsionado por políticas de descarbonização, crescimento acelerado da infraestrutura de recarga e incentivos fiscais, o país alcançou um salto expressivo nas vendas de veículos eletrificados, que já somam mais de 220 mil unidades em 2025, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Esse avanço reflete o apetite cada vez maior do consumidor por eficiência, economia e inovação, colocando o Brasil entre os dez maiores mercados de carros elétricos do mundo. Nesse cenário transformador, a BYD assume o protagonismo da transição energética e da reindustrialização verde, reposicionando o país como uma plataforma estratégica no cenário global da mobilidade sustentável.

A inauguração da nova fábrica da BYD em Camaçari, na Bahia, marcou um divisor de águas para o setor. Construída em tempo recorde, 15 meses, a unidade é o maior complexo de veículos elétricos da América Latina e a maior operação industrial da empresa fora da Ásia. Instalado em um terreno de mais de 4,6 milhões de metros quadrados, equivalente a 645 campos de futebol, o complexo conecta tecnologia de ponta, automação avançada e uma visão de futuro que integra sustentabilidade e escala produtiva.

Desde o início das operações, em julho de 2025, já são 1.500 colaboradores e capacidade de produção de 150 mil veículos por ano. A projeção de dobrar essa cifra em uma segunda fase, chegando a 300 mil carros anuais, foi turbinada com o novo investimento confirmado pela BYD, com plano de alcançar a capacidade de 600 mil veículos produzidos por ano e entrar definitivamente no grupo das três maiores montadoras do país até 2028. E com ambição declarada de liderança até 2030.

Nova era da indústria automotiva

Para Alexandre Baldy, Vice-Presidente Sênior da BYD no Brasil, essa revolução vai além da tecnologia. “Estamos transformando Camaçari em uma potência para o futuro. Esse complexo fabril representa uma vitória da inovação, da sustentabilidade e da confiança no Brasil. A BYD chega com tecnologia, investimentos e propósito: fazer parte do próximo capítulo do setor automotivo nacional. O que estamos vendo hoje na Bahia é um marco na reindustrialização do país e um grande salto tecnológico. A BYD agora é uma empresa feita por brasileiros para brasileiros”, destaca.

A digitalização e automação da fábrica também impressionam. A primeira linha de montagem foi concebida com maquinário de última geração, totalmente conectado em uma arquitetura 4.0, capaz de monitorar e ajustar a produção em tempo real. Milhares de veículos já circulam da linha de produção para concessionárias em todo o Brasil, sinalizando que o futuro elétrico desejado deixou de ser promessa.

Expansão

Além da expansão industrial, a BYD aposta na formação de uma cadeia de suprimentos robusta e nacionalizada, com certificação de fornecedores brasileiros, visando a atingir mais de 50% até 2027. “Sempre esteve em nosso planejamento a fabricação completa dos carros no Brasil e é natural a busca por fornecedores de peças tanto na Bahia como em outros estados. A BYD é do Brasil, e nossa cadeia será formada por brasileiros”, diz Baldy. Ao lado disso, a empresa colabora com o governo da Bahia para desenvolver políticas fiscais que incentivem a indústria local e favoreçam o crescimento econômico da região.

 

A vocação da BYD como “empowertech” ambiental se expressa em todos os braços de sua atuação no Brasil: carros elétricos, ônibus e monotrilhos zero emissão, produção de painéis solares, baterias de íon-lítio e até empilhadeiras elétricas para logística industrial. Tudo isso integrado a uma gestão focada em ESG, economia circular e energia limpa.

A planta de Campinas, em São Paulo, por exemplo, já atingiu a meta de aterro zero, enquanto Manaus fabrica baterias e componentes para veículos e armazenamento de energia renovável. Em paralelo, um centro para reciclagem de baterias está em fase de estruturação, tornando o Brasil uma referência global na segunda vida de sistemas de energia.

Sustentabilidade

A “revolução verde” promovida pela BYD tem números grandiosos e impactos sociais profundos. Na infraestrutura de recarga, a empresa estimula a expansão de eletropostos em todas as regiões do país, apoiando a rede de concessionárias que hoje já ultrapassa 200 lojas. Nos polos de educação profissional, colabora com o SENAI para formar novas gerações de técnicos especializados na Bahia. Na governança, cumpriu quatro anos de adesão ao Pacto Global e implementou avanços como o Comitê de Estratégia e Desenvolvimento Sustentável na matriz chinesa. Para Baldy, o Brasil não pode perder essa janela de oportunidade histórica: “Vamos liderar o mercado e provar que o Brasil pode ser referência global em mobilidade limpa”, conclui.

Segundo Baldy, essa jornada está apenas no início. “Em menos de três anos a BYD ultrapassou os 170 mil carros vendidos no Brasil, uma conquista nunca antes vista no mercado nacional. Este expressivo avanço acontece graças a uma estratégia robusta e sólida, um plano de negócios transparente e que desde o princípio contou com a aposta e confiança de grandes e tradicionais grupos brasileiros que hoje compõem a nossa rede de concessionárias. Tamanho sucesso de vendas é uma união de diversos fatores e sabemos que os nossos carros têm grande diferencial para conquistar de vez os brasileiros. A BYD seguirá avançando no país, com planos de longo prazo para modernizar a frota brasileira com tecnologia, conforto, conectividade, segurança e muita energia. Não vamos parar até chegarmos na liderança total e absoluta de mercado, podem contar com isso.”

Baldy: do empreendedor ao líder global 

Eleito dirigente do ano no 15º Prêmio Líderes do Brasil, Alexandre Baldy é um nome que articula com fluidez três mundos: o empreendedorismo, o setor público e a indústria automotiva global. Aos 18 anos, fundou sua primeira empresa; aos 24, consolidou-se como líder de mercado, culminando na venda do grupo por R$ 500 milhões em 2023.

Paralelamente, construiu uma carreira pública notável: foi ministro das Cidades no Governo Michel Temer, secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo e deputado federal. Realizações como a concessão das Linhas 8 e 9 da CPTM e a articulação da Linha 6-Laranja do Metrô consolidaram sua atuação como um gestor de projetos complexos, com viés inovador e estruturador.

Hoje, como vice-presidente sênior da BYD no Brasil, Baldy lidera uma operação que está redesenhando a mobilidade nacional e, como novo membro do Comitê de Gestão do LIDE e head do LIDE Cidades, amplia seu protagonismo além dos motores, conectando indústria, infraestrutura e políticas públicas no debate estratégico sobre o futuro das cidades.