Petrobras avança em renováveis e avalia entrada em energia solar com a Lightsource
Negociação prevê participação minoritária na operação brasileira da empresa controlada pela BP e marca possível estreia da estatal no segmento solar.
Aquisição de participação na Lightsource bp Brasil representará o primeiro investimento direto da Petrobras em energia solar. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)
A Petrobras planeja dar um passo relevante em sua estratégia de transição energética com a aquisição de uma participação na Lightsource bp Brasil, braço de energia solar e baterias da BP. Segundo pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg, a estatal avalia comprar 49,9% da operação brasileira da empresa.
O movimento, se confirmado, representará o primeiro investimento direto da Petrobras em energia solar e está alinhado ao plano estratégico de cinco anos divulgado pela companhia em novembro. O documento prevê a entrada da estatal, como sócia minoritária, em negócios de energia renovável, incluindo etanol, biodiesel, biometano e solar.
Fontes disseram à Bloomberg que o conselho de administração da Petrobras aprovou, em reunião realizada nesta terça-feira, os planos para a aquisição da fatia na Lightsource bp Brasil. As pessoas pediram anonimato porque as negociações ainda não são públicas. A BP preferiu não comentar, enquanto a Petrobras não respondeu imediatamente a pedidos de esclarecimento.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou no início deste mês que a companhia deverá ter um projeto estruturado de transição energética aprovado até o fim de 2025, sem detalhar os ativos ou parcerias envolvidas. A eventual entrada no segmento solar reforça esse direcionamento estratégico.
O acordo ocorre em um momento em que a BP revisa sua estratégia global e busca parceiros para a Lightsource, após redirecionar o foco de investimentos novamente para petróleo e gás natural. A companhia britânica havia apostado fortemente em ativos de baixa emissão de carbono nos últimos anos, mas passou a reavaliar a alocação de capital.
A BP investiu pela primeira vez na Lightsource em 2017, quando pagou US$ 200 milhões por uma participação de 43%, e assumiu o controle total da empresa em 2023. A Lightsource desenvolve, financia e opera projetos solares em mais de uma dúzia de países, com expansão recente para soluções de armazenamento de energia em baterias em larga escala.
Apesar de ser considerada estratégica dentro do portfólio de transição energética da BP, a Lightsource ainda responde por uma parcela relativamente pequena dos lucros do grupo quando comparada às operações tradicionais de petróleo e gás, segundo destacou a Bloomberg.
Para a Petrobras, a operação pode abrir caminho para a construção de um portfólio relevante em energia solar no Brasil, aproveitando a escala, o acesso a capital e a experiência operacional de um parceiro global já estabelecido no segmento.