Filie-se
Negócios que Regeneram

Roberto Giannetti: 'Made in Brasil tem que ser sinônimo de sustentabilidade'

Empresário destaca que o Brasil vive momento decisivo para consolidar-se como potência verde global e defende que a imagem nacional deve estar associada à biodiversidade, responsabilidade ambiental e inovação em energia limpa.

06 de novembro de 2025 - Atualizado em 06 de novembro de 2025 às 09h51 por LIDE

LIDE ENERGIA 23-07- 300 DPI-506Empresário destaca que o Brasil vive momento decisivo para consolidar-se como potência verde global. (Foto: Evandro Macedo/LIDE)

Para o empresário e head do LIDE Comércio Exterior, Roberto Giannetti da Fonseca, a COP30 representa um marco histórico para o Brasil reafirmar seu protagonismo ambiental e econômico no cenário global. Em entrevista à série Negócios que Regeneram, ele destacou que o país reúne vantagens únicas — da matriz energética renovável à biodiversidade — e precisa usá-las como alicerce para atrair investimentos e se consolidar como um hub verde mundial. “O rótulo Made in Brasil tem que ser sinônimo de sustentabilidade”, afirmou.

Giannetti lembra que o Brasil acumula décadas de aprendizado ambiental desde a Rio 92, mas que agora é hora de mostrar resultados concretos.

“Temos reduzido o desmatamento, ampliado o uso de energias renováveis e nos tornado referência em biocombustíveis como o etanol. Isso mostra que o país cumpre a sua parte e pode ensinar ao mundo práticas de conservação e uso sustentável da natureza”, ressaltou. Para ele, a COP30, que será sediada em Belém, será uma vitrine para exibir esses avanços e fortalecer a imagem de uma nação comprometida com o futuro do planeta.

Na visão do empresário, o novo consumidor global exige responsabilidade ambiental — e isso abre oportunidades. “Hoje, o jovem não compra apenas pelo preço ou pela qualidade. Ele quer saber de onde vem o produto e como foi fabricado. É por isso que precisamos transformar o ‘feito no Brasil’ em um selo de qualidade sustentável”, afirmou. Giannetti acredita que setores como energia, transporte e agronegócio já caminham nessa direção, mas precisam enfrentar gargalos históricos, como burocracia, licenciamento lento e custo de capital elevado.

Ele defende, contudo, que o país já é visto como exemplo em regulação ambiental e bioeconomia. “Muitos países pedem para copiar nossos modelos de legislação e licenciamento. A COP30 vai consolidar o Brasil como uma potência verde, mostrando que desenvolvimento e preservação não são opostos, e sim complementares”, disse. Para Giannetti, o evento também trará uma oportunidade única de reposicionar a imagem do país no exterior, elevando o conceito dos produtos brasileiros no mercado internacional.

Ao falar sobre o legado da conferência, o empresário vê a bioeconomia como eixo central da competitividade do futuro. “As regras ambientais não tiram competitividade — elas geram novas oportunidades de negócio. A bioeconomia é a fronteira do crescimento sustentável, que une tecnologia, responsabilidade social e respeito à natureza”, afirmou. Ele acrescenta que o país já atrai bilhões de dólares em investimentos na área de energia renovável e que o evento deve ampliar esse fluxo. “A COP30 colocará uma lupa sobre o Brasil. Cabe a nós usar essa visibilidade da melhor forma possível.”