Patrícia Ellen: “Adaptação e resiliência são as maiores alavancas de crescimento e inclusão do Brasil”
Sócia-diretora da Systemiq defende que investir em adaptação climática é investir em prosperidade, emprego e competitividade.
A sócia-diretora da Systemiq Brasil, Patrícia Ellen, afirmou no LIDE Brazil Reino Unido Fórum que o Brasil vive uma oportunidade única de transformar a crise climática em motor de crescimento sustentável. Segundo ela, o país pode liderar uma nova agenda global de prosperidade baseada em adaptação, resiliência e cooperação público-privada.
“Estamos confundindo oportunidades com problemas. A adaptação climática é a maior alavanca de crescimento e inclusão do Brasil”, declarou.
Patrícia destacou que o mundo já ultrapassou o limite de 1,5°C de aquecimento previsto pelo Acordo de Paris e que o foco da COP30, em Belém, será a construção de políticas concretas de adaptação climática, com investimentos estimados em até US$ 350 bilhões anuais nos países emergentes. Ela defendeu que cada dólar aplicado em adaptação retorna quatro vezes em perdas evitadas e ganhos econômicos, reforçando que o investimento verde é, antes de tudo, uma decisão de prosperidade.
A executiva alertou que o desafio brasileiro é criar modelos de concessões e PPPs mais integrados, que alinhem investimentos públicos, privados e sociais, e garantam que o retorno chegue às populações mais vulneráveis. “Nenhum dos grandes projetos apresentados hoje foi feito por um setor sozinho. É sempre a soma de forças entre governo, empresas, academia e sociedade”, afirmou.
Sócia-diretora da Systemiq Brasil, Patrícia Ellen. (Foto: Felipe Gonçalves/LIDE)
Durante sua apresentação, Patrícia citou iniciativas ligadas à transformação ecológica e à Nova Indústria Brasil, ressaltando oportunidades nos setores de minerais críticos, mobilidade urbana, bioeconomia, reindustrialização verde e mercado de carbono. Ela também defendeu investimentos em qualificação profissional para preparar o país para os impactos da inteligência artificial e para gerar empregos de maior valor agregado.
“Se investirmos em pessoas e inovação verde, o efeito líquido será positivo. O Brasil pode exportar um modelo de desenvolvimento sustentável para o mundo”, concluiu.
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