José Luis Blasco: “A transição energética é, antes de tudo, uma lógica econômica”
Vice-presidente global da Acciona afirma que 2025 marca o primeiro ano de redução das emissões globais e aponta a eletrificação e a resiliência como as duas grandes forças da nova economia climática.
O vice-presidente global de Sustentabilidade da Acciona, José Luis Blasco, afirmou que o mundo vive um ponto de inflexão histórico: 2025 deve ser o primeiro ano em que as emissões globais de carbono começarão a cair. Segundo ele, essa mudança não ocorre apenas por regulações ambientais, mas porque a economia verde tornou-se o caminho mais inteligente e rentável de investimento.
Blasco destacou que a eletrificação e a resiliência são as duas forças que estão moldando a nova economia climática. “Os investimentos em energias renováveis já dobram os aportes em combustíveis fósseis — não por idealismo, mas porque são mais eficientes e previsíveis”, explicou. Ele lembrou que o custo da energia solar e eólica caiu drasticamente nos últimos dez anos, tornando as fontes limpas competitivas e democráticas no acesso à energia.
“Sempre subestimamos a velocidade da inovação. Hoje, as renováveis competem com o petróleo em preço e superam em estabilidade. A eletrificação é o novo normal”, afirmou.
Vice-presidente global de Sustentabilidade da Acciona, José Luis Blasco. (Foto: Felipe Gonçalves/LIDE)
O executivo também abordou o papel da resiliência climática como motor econômico, alertando que o aumento de eventos extremos, como enchentes e incêndios, está transformando o mercado de seguros e gerando novas oportunidades em infraestrutura e biomassa. “A adaptação climática não é apenas uma necessidade — é um campo de negócios em expansão”, disse.
Blasco citou exemplos internacionais de parcerias público-privadas (PPPs) que combinam engenharia e sustentabilidade, como o canal de desvio construído em Fargo, nos Estados Unidos, e ressaltou o metrô Linha 6 de São Paulo como um caso de sucesso em inovação e financiamento verde.
“A economia climática é o maior campo de criatividade do nosso tempo. Quem entender isso primeiro, liderará a transição”, concluiu.
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